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A investigadora que resolve crimes analisando o pólen das plantas

"Pólen e esporos são produzidos por plantas e fungos, e crescem em lugares específicos. Então, você sabe muito bem que esta planta cresce neste solo; aquela planta cresce naquele. Por conta disso, é possível prever de onde este material (pólen e esporos) vem."

Mas o "momento eureka" de perceber o potencial do pólen como indício em crimes veio em 1994, quando recebeu a ligação de um policial de Hertfordshire, Inglaterra, perguntando se ela poderia ajudá-lo na investigação de um assassinato.


Pólen no carro

Ela já tinha quase duas décadas de experiência como pesquisadora na Universidade King's College London, onde se graduou em botânica e estudou também bactérias e outras coisas microscópicas, sua pequena grande paixão.

O policial contou que um corpo carbonizado fora abandonado em uma vala e havia marcas de pneus no campo ao lado.

Os investigadores queriam saber se um carro que pertencia a um dos suspeitos esteve presente naquela área.

"Eu nunca tinha feito nada assim antes, mas analisei tudo no carro e encontrei pólen nos pedais e no tapete. O material correspondia ao pólen encontrado nas bordas de campos agrícolas", diz a professora.

"Quando o policial me levou à cena do crime, pude identificar o ponto exato em que o corpo fora abandonado pelos tipos de flores que estavam ali."

"Foi um momento 'eureka' para mim, porque nunca pensei que as pistas pudessem ser tão específicas", lembra.

Apesar de seu ceticismo inicial em relação à ecologia forense, a professora passou a trabalhar em cada vez mais casos.

Em 2002, ela ajudou a polícia a reunir indícios na investigação sobre duas meninas, Holly Wells e Jessica Chapman, assassinadas em Soham, na Inglaterra.

A polícia havia encontrado seus corpos em uma vala, mas queria descobrir o caminho que o assassino havia seguido.

Wiltshire conseguiu isso analisando a regeneração de plantas pisoteadas que levavam ao fosso.

A polícia, então, fez uma pesquisa detalhada da rota delineada pela professora e encontrou fios de cabelo de Jessica em um galho.

As evidências coletadas por ela foram apresentadas no julgamento de Ian Huntley, que foi condenado pelo assassinato das duas meninas de 10 anos.


Patricia Wiltshire: "Diferente de outras formas de provas, o pólen não desaparece facilmente: ele gruda nas roupas, sapatos, no tapete de carros".

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.

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