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Após morte em SC, pílulas para emagrecer vendidas como naturais deixam médicos e polícia em alerta
A morte de uma catarinense após tomar remédio para emagrecer acendeu a preocupação de médicos e o alerta da polícia para a venda indiscriminada de produtos que são rotulados como naturais. Muitas são substâncias compradas sem controle, sem bulas, vendidas em todo o país. A negociação costuma ser à distância, por telefone ou pela internet.
Foi um desses medicamentos que deve ter levado à morte súbita de uma mulher de 27 anos, moradora de Lages, na Serra. Em 6 de abril de 2019, às 13h, ela foi encontrada morta em casa, sem sinais de violência. A causa inicial foi registrada como morte natural. Mas o legista do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Santa Catarina desconfiou.
"Me chamou a atenção como legista que aquelas características imediatas que ela teve no óbito, mostrando uma asfixiada interna, mostrando um sofrimento agudo dos pulmões", explicou o médico legista André Gargioni.
Só tinha uma pista. Ela vinha tomando um emagrecedor, supostamente natural. "O meu instinto de legista dizia que era aquele remédio. E eu liguei pro instituto de análise forense dizendo 'vou mandar o remédio' porque foi isso, foi essa coisa aqui que matou", complementou.
A misteriosa morte na Serra catarinense mobilizou a polícia e ascendeu o alerta para esse tipo de produto.
"Uma substância comprada via internet, dita natural, sem bula."
Entre as substâncias identificadas na análise, estão as que mataram a mulher na cidade de Lages.
"Foi encontrado diazepam com sibutramina. Diazepam todo mundo usa, sibutramina é autorizado, sim. Mas com doses que devem ser fiscalizadas pelo médico. Você não sabe quanto, qual a quantidade, quantas vezes tomar. Como advertir, como ser advertido pelo médico, olha, estou sentindo isso, que são anúncios de uma doença que tem, ela não foi. Ela foi persistentemente mantendo-se no uso daquela medicação, perdendo peso, que era o projeto original dela, e negligenciado, entre aspas, aqueles sintomas que culminaram com a morte. Então muita morte pode ter passado batido", disse o perito do IGP.

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