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Biodiversidade em contagem regressiva

Você acha que consegue fazer uma contagem regressiva de 533 até 0 em um minuto? Se a resposta for negativa, quer dizer que você não pode contar a perda de árvores em toda a bacia do Rio Xingu, pois esse é o número médio de árvores abatidas por lá, 533 a cada minuto, em 2019.


Outra contagem regressiva difícil é a do número de espécies do planeta. Estima-se que a cada ano desapareçam do globo algo entre duzentas e duas mil espécies. Além disso, não sabemos sequer se devemos começar a contagem em 2 milhões ou em 10 milhões. Apesar da ciência já ter descrito cerca de 2 milhões de espécies, há muitas outras ainda não identificadas que podem somar muitos milhões. Ou seja, estamos perdendo espécies que nem sequer chegamos a conhecer.


Podemos tentar também uma contagem regressiva de ecossistemas. A cada ano, vários deles se reduzem drasticamente. Só na Amazônia quase 10 mil km2 de floresta sumiram no último ano. O Cerrado desaparece a olhos vistos e assim como diversos outros ecossistemas do mundo, como os bosques de algas submarinas do Alasca, o Mar de Aral no Uzbequistão, as florestas de acácias da bacia do Rio Senegal, os Fynbos do Cabo na África do Sul, as turfeiras da Renânia na Alemanha e os pântanos do estuário do Muray-Darling na Austrália. A contagem dos ecossistemas existentes no planeta diminui rapidamente…


Outra contagem regressiva acelerada é a dos serviços ambientais. Esses são serviços que a natureza nos oferece gratuitamente, como qualidade e disponibilidade de água, fertilidade do solo, polinização e controle de pragas e doenças, e que estão se degradando velozmente. Em alguns lugares, que podemos contar progressivamente, esses serviços deterioraram-se tanto a ponto de ter que ser substituídos por alternativas tecnológicas caras, restringindo seu acesso a quem pode pagar, e causando enorme sofrimento para maioria das populações humanas que não pode fazê-lo.


Indígena carrega pimentas frescas no caminho de volta de sua roça, Terra Indígena Alto Rio Negro (AM).

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.

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