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História da aspirina: casca do salgueiro (Parte 1)

Atualizado: 2 de set. de 2019

Não se sabe ao certo quando terá a humanidade descoberto as maravilhosas propriedades da casca de salgueiro (alguns documentos apontam para 5.000 anos), mas um dos mais antigos documentos médicos – “Eber Papyrus” – já lhe fazia referência. Esta compilação de textos médicos, datada de cerca de 1550 A.C., continha ainda “700 fórmulas mágicas e remédios populares destinadas a curar males que iam de mordidas de crocodilo a dores na unha do pé e a livrar a casa de pragas como moscas, ratazanas e escorpiões”, como se pode ler na Encyclopaedia Britannica.


Há ainda registos do uso do salgueiro na Suméria, Babilônia, Grécia e Roma antiga. Com uma distribuição tão ampla das variedades de salgueiro, é provável que suas cascas ou as suas folhas fossem moídas e misturadas com um líquido para serem usadas como analgésico ou anti-inflamatório.


As propriedades da casca do salgueiro-branco (Salix alba) não passaram despercebidas ao grego Hipócrates (460-370 A.C.), o pai da Medicina, que a recomendava às mulheres durante o parto para o alívio da dor. Mais tarde, em 30 D.C., era o médico romano Celsus que usava extratos da folha do salgueiro para tratar inflamações.


Um dos primeiros ensaios clínicos conhecidos, foi realizado em 1763, por Edward Stone. O capelão britânico mostrou que o extrato da casca de salgueiro era eficaz no tratamento de um conjunto de sintomas como dor, fadiga e febre intermitente. O ensaio com 50 doentes foi publicado pela Royal Society of London.


Em 1828, Johann Buchner, professor de Farmácia na Universidade de Munique (Alemanha), isolou a salicina, um anti-inflamatório cujo nome foi inspirado no nome científico da árvore (Salix). Dez anos depois, Raffaele Piria conseguiu extrair da casca do salgueiro o ácido salicílico. No final do século XIX era claro o potencial da salicina, ácido salicílico e salicilato de sódio para reduzir a inflamação, dor e febre.


Os efeitos benéficos eram reconhecidos, mas o sabor amargo do fármaco era inconveniente para os doentes. Além disso, era também cada vez mais claro que existiam efeitos adversos, como a irritação do estômago.


No final dos anos 1890, a empresa Friedrich Bayer & Company, inicialmente mais dedicada a corantes, decidiu investir na produção de ácido acetilsalicílico. O sucesso foi tão grande que a Aspirina passou a ser o principal produto da empresa.


Salgueiro (Salix alba).

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.

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