Este site pertence a Leopoldo C. Baratto, fundador e coordenador do PlantaCiência. 2019. Maracujá
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Maracujá

Maracujá

Nome:

Maracujá

Nome científico:

Passiflora incarnata L.

Família:

Passifloraceae

Origem:

planta cultivada no Brasil; é nativa do Sul e Sudeste dos Estados Unidos

Partes usadas:

partes aéreas

Usos populares:

sedativo (para insônia), ansiolítico (calmante)

Composição química:

flavonoides - crisina, vitexina, isovitexina, schaftosídeo, isoschaftosídeo, apigenina, luteolina, quercetina, kaempferol, C-glicosídeos da orientina, iso-orientina, swertisina.


alcaloides beta-carbolínicos - harmina, harmol, harmalina, harmalol, harmana.

Farmacologia

Vale comentar que a Passiflora incarnata é a espécie mais estudada, a que possui mais evidências de eficácia e segurança e por isso faz parte da composição da maioria dos medicamento fitoterápicos a base de maracujá. No entanto, outras espécies menos estudadas, como P. alata (maracujá doce) e P. edulis (maracujá azedo), ambas nativas do Brasil, são utilizadas para as mesmas finalidades e validadas sob âmbito do conhecimento tradicional.


Passiflora incarnata tem seus princípios ativos com atuação direta na modificação de estados de ansiedade, onde envolve os sistemas noradrenérgico, serotoninérgico, histaminérgico e GABAérgico. Acredita-se que o principal flavonoide responsável pelo efeito calmante seja a crisina, que atua sobre receptores GABA (um neurotransmissor depressor do Sistema Nervoso Central) de forma semelhante ao fármaco ansiolítico diazepam (embora com ação 10 vezes menor). Já os alcaloides presentes na P. incarnata são inibidores da enzima monoamino-oxidase (MAO) e apresentam ação agonista com os receptores GABA e benzodiazepínicos, previnindo danos aos neurônios. A harmana atua como vasorrelaxante, além de ter sido descrita como liberadora de GABA, serotonina e epinefrina, que contribuem para a manutenção de baixos níveis de estresse, irritabilidade e ansiedade.


Vale lembrar que estas propriedades calmantes estão presentes nas folhas e não no fruto. Portanto, o consumo do suco de maracujá para acalmar, difundido na medicina popular, não tem evidência científica, embora muitas pessoas relatem experimentar sonolência após beber o suco.

Fontes

GOSMANN, G. et al. Composição química e aspectos farmacológicos de espécies de Passiflora L. (Passifloraceae). Revista Brasileira de Biociências, v. 9, n. S1, p. 88-99, 2011.

GRICE , I.D.; FERREIRA, L.A.; GRIFFITHS, L.R. Identification and simultaneous analysis of harmane, harmine, harmol, isovitexin, and vitexin in Passiflora incarnata extracts with a novel HPLC method. Journal of Liquid Chromatography and Related Technology, n. 24, p. 2513-2523, 2001.


FONSECA, L. R. Desenvolvimento de solução oral a base de Passiflora incarnata. 70 f. Dissertação (Mestrado em Gestão, Pesquisa e Desenvolvimento na Indústria Farmacêutica) - Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, Rio de Janeiro, 2013.

Cíntia Alves de Araújo e Leopoldo C. Baratto

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